20.11.15

A chegar às livrarias: Hamlet, de William Shakespeare (trad. e notas de António M. Feijó)






«Shakespeare escreveu as suas peças como dramaturgo residente de uma companhia de teatro em que foi actor, e de que era um dos proprietários. A sua dramaturgia foi criada para a cena, no mundo londrino isabelino de acesa competição entre teatros. Os enredos das peças raramente são originais, resultando, em vez disso, de textos anteriores, dramáticos ou não, que adopta de modo singular ou compósito. Porque dispomos da generalidade dos textos que serviram de fonte de cada uma delas, a análise das suas peças poderá incidir sobre a alteração sofrida pelo texto de que derivam, estando a originalidade do dramaturgo no modo de passagem de um a outro texto. No uso desses textos de que se serve como fonte ou modelo, os motivos ou razões das personagens, claros no texto de origem, são esbatidos ou silenciados, seja no interesse de capturar o público, desconcertando-o quanto ao que possa animar as personagens, desse modo tornadas imprevisíveis; seja por o autor presumir o enredo conhecido pela assistência, não sendo, por isso, necessário encadeá-lo com justeza; seja pelo relativo desinteresse que parece ter na mecânica dramatúrgica das suas peças.» [António M. Feijó]

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